Em busca de ouro, a bailarina dança. Buscando prata, a bailarina dança. Até quando se tem bijouteria à procura; ela dança. Mas enquanto não dança - enquanto não há música -, ela lá fica, estática, inerte. Quando se abre o alçapão, ela consegue esbouçar umas piruetas...
E ela gira, gira, gira, gira, acompanhando o mundo e gira, gira, gira, passa pelo guarda-roupa, janela, rua, cama, pessoas, gira, gira, gira, gira e escuro.
Escuro, escuro. Mente preta, sem giros. Não tem partículas de ouro ou prata. Escuro, sentimentos negros. De repente: A LUZ! E o giro, o giro, o giro...
Nada de mais complexo. Nada de menos labiríntico. A bailarina não se liberta nunca com as próprias mãos, e seu pé fixo ao chão, é a única parcela de realidade que ela realmente pode exprimir. Seu único contato ao físico.
Enquanto gira ou fica no escuro.
Namoros
Há 14 anos
Um comentário:
Vejamos pelo lado positivo:
Girar e girar e girar deve ser cansativo. Acho que até as bailarinas precisam de um momento sem platéia pra ficarem em paz. E muita luz em tempos pronlongados pode causar dores de cabeça. Às vezes, o escuro é necessário, afinal. :)
Postar um comentário