terça-feira, 14 de outubro de 2008

Caixinha de Música

Em busca de ouro, a bailarina dança. Buscando prata, a bailarina dança. Até quando se tem bijouteria à procura; ela dança. Mas enquanto não dança - enquanto não há música -, ela lá fica, estática, inerte. Quando se abre o alçapão, ela consegue esbouçar umas piruetas...

E ela gira, gira, gira, gira, acompanhando o mundo e gira, gira, gira, passa pelo guarda-roupa, janela, rua, cama, pessoas, gira, gira, gira, gira e escuro.

Escuro, escuro. Mente preta, sem giros. Não tem partículas de ouro ou prata. Escuro, sentimentos negros. De repente: A LUZ! E o giro, o giro, o giro...

Nada de mais complexo. Nada de menos labiríntico. A bailarina não se liberta nunca com as próprias mãos, e seu pé fixo ao chão, é a única parcela de realidade que ela realmente pode exprimir. Seu único contato ao físico.
Enquanto gira ou fica no escuro.

domingo, 14 de setembro de 2008

"O que eu tenho a contar não é muito... nem pouco, eu diria"

Em uma garrafa de água jazz meu ácido balsâmico. Corroendo-te, então, não estou disposto a te confundir, mas também não disposto estou a dar-te informações bélicas frágeis.


Tic tac tic tac...


Às vezes, certas coisas doem. E não pecisam vir de lâminas, queimas o forças. E olhar nos olhos da dor é, vice-versa e ao avesso, enxergar um alvo que tem começo e meio e fim, contanto que os espaço entre estes tempos físicos seja a máxima pontuada ou infinitas breves ligadas até o D.C.

Sofro de uma doença incurável; ou algo que possa classificar "saber os sintomas, o lugar atingido, as seqüelas e isso não possuir remédio". Aliás, sofro de vários. "Another day, another drama" à parte, não é nem ao menos importante eu estar escrevendo isso aqui. E isso não é nada de nada de nada de nada de nada de nada de nada uma forma de agonizar algo............

Isso é uma puta ferida aberta, um cascão nojento cheio de pus, com muitas moscas varejeiras pousando em cima. Um nojo sem descrição ou situação. Uma coisa que choca. Ou vais mentir? Ilusão dá-se a quem tem.

Dói como a idéia de um algo agudo perfurando o pé. Dói como as lágrimas de quem é inocente. Dói como a derrota dos que merecem. Dói como a fome, como a sede; uma miséria onde o culpado não é o sistema. Não este sistema. Não nosso sitema.

E tudo converge em um grande Escândalo, na primeira pessoa. Aqui. , do singular de sós.
Sós que, porventura, inimigo do Nós ser.

"Bom dia, tristeza" (Vinicius de Moraes): "de estar tanto tempo longe de você".

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Deus, General, Soldados e Agrárias.

Quando a mente faz a cerca elétrica; afastando receosamente todos. E a boca que fica rija, com medo de delatar sua mestra, não pode se tornar aparente. E daí a fecundação de um momento tempofóbico surge do sexo violento, e a distância entre nascimento e morte parece tão curta quanto ela de fato é. E, anaforando mais, a divisão dos papéis nste caso, estreita-se drástica e dramaticamente; "Todo Mundo e Ninguém"*.

(...)

Quando eu era menor e estava começando a estudar Figuras de Linguagem, havia uma pedro no meio caminho: a antítese. Odiava-a. Achava intensamente difícil informações contrárias fazerem sentida um para a outra. A forma de texto, então, era uma dor no ovo. Hoje em dia, eu a entendo literiamente.

(...)

O tempo passa. Rumo às bodas, estão a Insegurança e a Ansiedade, aliadas fiéis de Beuzebu, promovendo-lhe as falas necessários par ao estrelato. (Ah, o estrelato!) Nossas companheiras estão promovendo algo a respeito disso, também. Elas começam como camponesas discretas que semeiam, regam, aram e preparam tod'as influências - inclusive, pela proteção: arame farpado e madeira para isso.

Mas há um "Senhor tão bonito", um dois "Deuses mais Lindos"**. Ele vem com suas mãos calejadas e ágeis. Desmonta a cerca e se apressa a começar a prosa. Cita-se como experiente e curandeiro e diz aos quatro ventos, ignorando a inimizade de Nossas Companheiras, que o mundo é que nem roleta: uma hora tu, ou tu, ou tu, que serais a bolinha, terás tua vez no meio - em qualquer meio. O importante é apenas não abandonar o jogo enquanto os barulhos (afinados, per favore) persistirem. Um dia o som será o mais próximo. Será matéria prima e será lindo. E Todo Mundo será muito pouco. E Ninguém será demais.

(...)

Hoje em dia, eu espero para entender as antagonias. Apressá-las até que ajuda, mas mexer com o Compositor de Destinos, alegra às Companheiras, além de ajudar em sua colheita, pois a pressa a crescerá mais rapidamente. Antíteses, coisas de Exu...

(.)

* =Citação ao texto de Drumond: http://outrosversos.blogspot.com/2008/08/todo-mundo-e-ningum.html .
** = Citação à música de Caetano Veloso: "Oração ao Tempo".

domingo, 7 de setembro de 2008

Deixai brilhar o manto ofuscado!

Assim como muito da civilação atual (inclusive se tratando de empresas), os mais poderosos sempre agregam aos mais ínfimos. Até porque, o que é o arco-íris senão uma parcela da chuva e do fogo?

...Oshumaré, senhor dos arco-íris, é apenas uma mera somba do onipotente Xangô...

E isso me aperta no cérebro a encontrar um corisco que sirva de luz. Até que ponto nossa especialidade, nosso reino, nosso melhor pode ser confundido e aglutinado com algo mais trogloditamente e opressivamente maior? A grandeza desse pensamento se estende tanto, que me embaralho nos mapas e no solfejo - na hora de cantar meu caminho de idéias -, mas é algo muito mais transcendente do que lógico;

(...)

Dos filmes que eu aprendi, há uma passagem interessante a ser comentada; Kill Bill 2, encontro final, dissertação sobre bem e mal, métafora dos super heróis:
Bill, alvo de B. Kiddo, nos diz que adora quadrinhos e seu super hero favorito é o Superman. Não pela qualidade do quadrinho, e sim pela filosofia intrínseca. Enquanto todos os outros super heroes adquirem poderes ou se transvestem, superman faz justamente o oposto.
Ele É o superman; "ele nasceu superman e quando acorda de manhã, ele é o superman". E se transveste de C. Kent para se passar por ser humano. (E agora vem a melhor parte.) E como é o C. Kent? Ele usa óculos, para demonstrar sua imperfeição. "Ele é fraco, ele é inseguro, ele é covarde".

(...)

É facultativo. O fraco e o herói; o sublime e a luxúria; o amor e a atraição; os erros e a lição: a Política e a Alienação. Abandonamos nossos mestres xamãs, artistas rupestres, enforcados, queimados-vivo, bruxas, comunistas, pacifistas. Nos encruamos e choramos com tapas de imperativo, nos levando a um eterno gerundismo em que tudo se começa e Cerberus e Pegasus se confundem e fundem com animais.

A ausência de luz nunca saiu da cabeça humana, e é este o "red bull" do avanaço; a pólvora da grande bomba (!!!). Nossa meta é atrair, desviar, entranhar a luz que flui em cobre para iluminar nosso ôco. Para deixarmos de ser pseudo-heróis, e que o facultativo passe a ser a escolha de Mr. Kent. Mesmo que ele não exista. E mesmo que a conformidade com o nosso máximo-super-limitado seja o destino que vamos saborear como calda de chocolate, que apura em banho maria.

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Exceto aqui! Aqui o meu alter-ego perfeito é. Aqui a pessoa culta, informada e dona do domínio empunha as flechas de Oxóssi e as armaduras de Ogún. Meus graus adquiridos para o evento ajudarão a distinguir As Sete, em degradè, no mais alto mastro que eu fincarei, e, onde, colorida brilhará o Manto de Oshumaré!

Nem por ele, mas por mim; o Vermelho que puxe as forças; o Alaranjado e Amarelo que vos chamem; o Verde que nos sustente; os Azúis, que nos dêem serenidade e depois a euforia necessárias. E assim, que púrpura seja a nossa vitória entre Dionísio, Afroditte, os marginais mediuns e medius.

Capadócia, me aguarde.